Espírito Santo - 14/09/2016
Como nas demais edições do Ocupa Nutrição, o CRN-4 e a Anerj demonstraram seu poder agregador reunindo 225 participantes no auditório da Universidade Anhanguera, em Niterói, para acompanhar palestras que versaram sobre alergias alimentares. A presidente da Associação dos Celíacos (Acelbra) e membro do Consea, Miriam Francisca, falou das dificuldades que a Acelbra encontra para dar visibilidade às suas ações, que, segundo ela, contribuem para que o celíaco feche seu diagnóstico. Miriam citou os principais sintomas da doença e frisou que o tratamento é feito retirando alimentos que contenham glúten ou traços de glúten.
“Dieta e orientação para falcêmicos” foi o tema abordado pela presidente da Associação dos Falcêmicos do Estado do Rio de Janeiro. Zaira Costa explicou que a doença falciforme é hereditária dos antepassados negros e que é muito comum, apesar de ter pouca visibilidade. Ela informou que a doença aparece por volta dos seis meses e se caracteriza por fortes dores nas articulações. Segundo Zaira, não há políticas públicas voltadas para essa doença, mas alertou que o teste do pezinho pode detectá-la. E lamentou que ainda haja discriminação, e o fato de os portadores da doença falciforme dificilmente ultrapassarem 50 anos.
Pesquisadora da UERJ, Juliana Mendonça afirmou que o nutricionista pode contribuir com o monitoramento de uma dieta equilibrada com aporte de ômega 3, vitamina A e D, ácido fólico, zinco e selênio. Segundo Juliana, grande parte dos doentes falciformes apresenta insegurança alimentar, além de dificuldades de acesso ao alimento. Ela acredita que o nutricionista pode investigar o perfil socioeconômico do doente e adequar o plano alimentar.
A professora da Faculdade de Nutrição da UFF Alexandra Monteiro apresentou o Projeto Nutricional dos Celíacos e afirmou que o nutricionista pode fazer um acompanhamento e promover maior qualidade de vida para os portadores da doença, orientando uma dieta sem glúten, mas com alimentação variada, inclusive com orientações de compras e receitas. Ela alertou para o risco de contaminação cruzada e para a necessidade de os celíacos estarem informados sobre seus direitos.
A médica Márcia Elisabeth Ayoub abordou o tema da lactação. Segundo ela, nada substitui o leite materno, que deve ser oferecido como único alimento para a criança até os seis meses. E ressaltou que o leite materno, além de alimentar, possui propriedades que podem contribuir com o desenvolvimento cognitivo e motor, reduzem riscos de alergias, obesidade, diabetes, cáries e até morte súbita. Entre os maiores benefícios para as mães, segundo ela, está a redução da depressão pós-parto.
Enfermeira especialista em Geriatria e Gerontologia, Ana Karine Brum apresentou o Projeto “Vida sem Leite”, da UFF, e deu um depoimento emocionado sobre o processo alérgico de seu filho, que quase faleceu em razão da alergia ao leite. Ela destacou que a informação, a conscientização e a educação são as melhores armas para combater as alergias, que tanto impactam a vida humana.
Também participaram da mesa a coordenadora acadêmica da Anhanguera, Magali Cordeiro; a coordenadora do Curso de Nutrição, Edna Freiga; a pesquisadora da Embrapa Ilana Levi; a assistente social da Fundação de Saúde de Niterói, Odila Curi; a professora do Curso de Nutrição da UFF Alexandra Anastácio, e a representante da Fundação de Saúde de Niterói, Viviane Vilasboas, e a nutricionista Noádia Lobão, do Centro Brasileiro de Apoio Nutricional .
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