Agricultura transgência cresce 8% no mundo

Espírito Santo - 13/02/2012

A produção mundial da agricultura transgênica chegou a 160 milhões de hectares em 2011 em todo mundo, crescimento 8% em relação ao ano anterior (ou 12 milhões de hectares). Os dados recém-divulgados pelo Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA) mostram que o Brasil chegou a marca recorde de 30,3 milhões de hectares de culturas geneticamente modificadas em 2011. Em 2010, esta área era de 25,4 milhões de hectares.

Este crescimento consolida o país na segunda posição no ranking mundial de países que adotam a biotecnologia em suas lavouras. A distância para os Estados Unidos, ainda é grande. Os americanos, em 2010, tinham 66,8 milhões de hectares plantados com transgênicos, passaram para 69 milhões em 2011.

- Brasil tem a capacidade de exercer a liderança - disse Clive James, presidente da ISAA. - E tem vontade política para fazer acontecer, além de ter entendido que o sucesso vem com responsabilidades. O país tem programas de transferência de tecnologia para a África.

Para Anderson Galvão, sócio-diretor da Céleres Consultoria e representante do ISAAA no Brasil, nos próximos dez anos os Estados Unidos ainda continuarão liderando o mercado.

- Mesmo com o crescimento recente, a área agrícola brasileira ainda é menor do que a americana - explica Galvão. - Esperamos que com a entrada da cana, além do crescimento natural da área plantada de soja, o Brasil tenha uma fatia maior da biotecnologia.

No Brasil, 82,7% da soja, 64,9% do milho e 39% do algodão são transgênicos. Os defensores da biotecnologia sustentam que ela é ecológica porque consegue aumentar a produtividade da lavoura, garantindo mais produto por área ocupada e, assim, exigindo menos derrubada de matas, além de menor uso de agrotóxico. Ambientalistas, por outro lado, criticam a tecnologia.

- O Brasil é um grande produtor de transgênicos, mas, paradoxalmente, desde 2009, é o maior consumidor de agrotóxicos. Temos estudos da secretaria de agricultura do Paraná que atesta o aumento do uso de agrotóxico no uso de soja - afirma Ana Carolina Brolo de Almeida, assessora jurídica da ONG Terra de Direitos. - Respeitar a legislação é garantir a liberdade para os que não querem transgênicos. Hoje, não há mais esta opção.

Já Wenonah Hauter, diretor da ONG Food and Water Europe, sustenta que as estatísticas foram infladas pela ISAAA.

- Os números derivam de fontes tendenciosas, exagerando os benefícios dos transgênciso para os agricultores e ignorando dados que não sejam favoráveis aos transgênciso. Eles têm um grande interesse no sucesso desta tecnologia. Simplesmente não dá para confiar nestes dados - disse Hauter ao jornal “The Gardian”.

O Globo

Claudio Motta- 9/02/2012

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