Alimentos desperdiçados poderiam matar a fome de milhões de pessoas

Espírito Santo - 21/07/2014

Relatório diz que alimentos desperdiçados poderiam matar a fome de milhões de pessoas
Publicado em 21/07/2014

Na América Latina e no Caribe, alimentos desperdiçados poderiam satisfazer as necessidades das 47 milhões de pessoas que ainda sofrem de fome na região. É o que diz o documento divulgado na última quarta-feira (16) pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

O relatório  Perdas e desperdícios de alimentos na América Latina e no Caribe, publicado pelo escritório regional da FAO, diz que 6% das perdas mundiais de alimentos ocorrem na região.

A cada ano, a região perde ou desperdiça aproximadamente 15% de seus alimentos disponíveis, o que impacta a sustentabilidade dos sistemas alimentares, reduz a disponibilidade local e mundial de comida, gera menor renda para os produtores e aumenta os preços para os consumidores, explicou o representante regional da FAO, Raul Benítez. 

Benítez acrescenta que as perdas e desperdícios também têm um efeito negativo sobre o meio ambiente devido à utilização não sustentável dos recursos naturais.  Enfrentar este problema é fundamental para avançar na luta contra a fome e deve ser convertida em uma prioridade para os governos da América Latina e do Caribe, disse Benítez.

Existem formas de evitar as perdas e os desperdícios em todos os elos da cadeia, principalmente por meio de investimentos em infraestrutura e capital físico, melhorando a eficiência dos sistemas alimentares e de governança sobre o tema mediante normas, investimentos, incentivos e alianças estratégicas entre o setor público e o privado.

Um exemplo são os bancos de alimentos, que reúnem comida que, por diversas razões, seriam descartadas para sua redistribuição e que já existem na Costa Rica, Chile, Guatemala, Argentina, República Dominicana, Brasil e México. A Associação de Bancos de Alimentos do México, por exemplo, resgatou 56 mil toneladas de alimentos somente em 2013.

A sensibilização pública também é chave e pode ocorrer por meio de campanhas dirigidas a cada um dos atores da cadeia alimentar, como faz a iniciativa mundial  Save Food, uma parceria entre a FAO, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e a companhia alemã Messe Düsseldorf. A iniciativa reúne 250 parceiros, organizações e empresas públicas e privadas e realiza campanhas em todas as regiões do mundo.

Erradicar a fome na região requer que todos os setores da sociedade façam esforços para reduzir suas perdas e desperdícios, destacou o representante da FAO na região.

 



Autor/Fonte: Ascom/ONU


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