Ato contra a privatização da saúde

Espírito Santo - 17/04/2013

Ato unificado denuncia Dilma, Cabral Filho e Eduardo Paes pela privatização da saúde

 

 

Por André Pelliccione, da Redação do Sindsprev/RJ

Servidores das saúdes federal, estadual e municipal do Rio realizaram, na tarde de terça-feira 9 (Dia Mundial da Saúde), ato unificado de protesto contra a privatização do setor. Organizada pelo Fórum de Saúde do Rio e Frente Nacional de Luta Contra a Privatização, a manifestação foi iniciada no ‘Buraco do Lume’, de onde servidores, estudantes e representantes de movimentos sociais saíram em passeata rumo à Câmara Municipal, para entregar 'manifesto' em defesa da saúde pública, pelo fim da privatização, concurso público sob regime estatutário e um SUS (Sistema Único de Saúde) público e estatal. Assinado por 200 entidades, o manifesto pede a imediata rejeição do Projeto de Lei (PL) nº 80/2013, que cria a Empresa Rio Saúde S.A., e requer a instauração, na Alerj, de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar desvios de recursos no âmbito do SUS.

Privatização do Estado

O ato foi prestigiado pelos deputados estaduais Janira Rocha (PSOL), Marcelo Freixo (PSOL) e Paulo Ramos (PDT), que receberam cópia do manifesto, comprometendo-se a lutar pela instauração da CPI na Alerj. “A política de privatização do governo Cabral não é só na saúde e educação, é uma política de privatização do próprio Estado, que assim é colocado a serviço dos interesses do capital privado. É importante que os servidores da saúde e todo o funcionalismo estadual entendam que nenhuma reivindicação será conquistada enquanto não combatermos essa política. É por isso que hoje estamos aqui, na rua, nos hospitais, nas universidades, lutando contra essa entrega do serviço público”, afirmou Janira, após denunciar projeto de Cabral Filho que extingue 26 mil cargos na educação pública, terceirizando funções como as de merendeiras, vigilantes e inspetores na rede escolar. A deputada classificou de ‘sanha assassina’ o interesse das ‘organizações sociais’ em ganhar dinheiro com a educação e a saúde públicas.

Paulo Ramos (PDT) fez um resumo dos mais recentes ataques à saúde pública. “Temos aí a epidemia de dengue e lembro que nos últimos anos fecharam o Instituto São Sebastião e o Hospital Anchieta, além de demolirem o Iaserj. Também entregaram o Hospital Pedro II para uma O.S. Temos que resistir a tudo isso e seguir lutando”.

‘Não aceitamos a privatização’, diz servidora

“Nosso ato neste Dia Mundial da Saúde é pra dizer em alto e bom som que não aceitamos a privatização dos hospitais públicos, e que vamos lutar até o fim contra as políticas implementadas por Dilma [PT], Cabral Filho [PMDB] e Eduardo Paes [PMDB)”, completou a diretora do Sindsprev/RJ e servidora da saúde estadual, Rosimeri Paiva.

Na saída para o início da passeata pela Av. Rio Branco, o ato foi brindado pela apresentação de estudantes que ensaiaram uma coreografia ao som da música ‘Saúde’, de Rita Lee, mesclada com funk em versão de protesto. Como ‘grito de guerra’, a frase: “a nossa luta é todo dia, nossa saúde não é mercadoria”. Na coluna de abertura, um grupo de índios que, no dia 23 de março último, foram violentamente expulsos da ‘Aldeia Maracanã’ por PMs da tropa de choque, a mando do governo estadual. “Procuramos mobilizar o movimento popular e a sociedade para a luta contra a privatização, mostrando que Dilma, Cabral Filho e Eduardo Paes querem mesmo acabar com a saúde pública. A população precisa entender que o único meio de ter acesso à saúde é através do serviço público, não é pelos planos privados de saúde. Por isso vamos lutar até o fim contra a EDBSERH, as O.S., as fundações e essa empresa RioSaúde, que Eduardo Paes quer criar agora”, completou o diretor do Sindsprev/RJ Júlio César Tavares.

Servidores e usuários da saúde lembraram, durante a passeata, o mais recente ataque movido pelo Prefeito Eduardo Paes (PMDB) à saúde pública, que foi o fechamento da Maternidade Praça XV, no início deste ano, fato que deixou milhares de gestantes sem atendimento.

Vereadores também recebem manifesto

Nas escadarias da Câmara (Cinelândia), a passeata foi recebida pelos vereadores Paulo Pinheiro (PSOL), Eliomar Coelho (PSOL), Renato Cinco (PSOL) e Jefferson Moura (PSOL), que expressaram apoio incondicional à luta contra a privatização, comprometendo-se também a lutar contra o PL 80/2013, cujo teor foi debatido em audiência pública da comissão de saúde daquela casa, realizada dia 4/04. Os parlamentares receberam ainda o manifesto assinado pelas 200 entidades, entregue pela coordenadora do Fórum de Saúde do Rio, Maria Inês Bravo. “A Rio Saúde significa a privatização, permitindo, ainda, a associação de outras empresas privadas para explorar a saúde. É uma empresa que vai contratar pela CLT, o que significa o fim do funcionalismo estatutário na saúde”, disse Maria Inês, que também ressaltou a urgência de se constituir uma frente parlamentar em defesa da saúde e pela abertura imediata de CPI.

Sindicatos prestigiaram manifestação

“Temos que nos organizar e dizer não à privatização da saúde em nosso estado. Não é a prefeitura, não é o governo do Estado que vão fazer com que a gente se cale. Não vamos desistir”, concluiu o presidente da Amorvit (Associação de Movimentos dos Renais Vivos e Transplantados do Estado do Rio), Roque P. da Silva, que no momento lidera uma luta contra a interrupção dos transplantes no Hospital Federal de Bonsucesso.

O ato do Dia Mundial da Saúde também foi prestigiado por representantes do Sintuperj, Sindicato dos Enfermeiros, Sindicato dos Médicos, Sindicato dos Assistentes Sociais, Asfoc, Andes, Fasubra, UJC, CSP Conlutas, InterSindical, PSTU e PCB.

 

 

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