Cai índice de preços dos alimentos da FAO

Espírito Santo - 17/02/2014

O índice de preços dos alimentos da FAO caiu em janeiro pela primeira vez em três meses, já que a queda nos preços dos cereais, do açúcar, das oleaginosas e da carne foi maior do que os aumentos nos valores dos lacticínios.

O índice, que se baseia num conjunto de produtos alimentares do comércio internacional, registrou uma média de 203,4 pontos em janeiro de 2014, uma queda de 1,3% em relação a dezembro e de 4,4% em relação a janeiro do ano passado.

"Observamos que os preços estão mais baixos devido a abundante oferta, uma forte recuperação na procura, e ainda um aumento das importações da Ásia, pode limitar esta descida", afirmou Abdolreza Abbassian, economista da FAO.

Os óleos vegetais e o açúcar caíram 5,6% e 3,8% respectivamente. Ao mesmo tempo, colheitas recorde nos cereais alimentaram a queda dos preços, que diminuíram 1,6% em relação a dezembro e cerca de 23% em relação a janeiro de 2013. Mesmo os preços da carne, que tinham subido nos últimos meses, diminuíram ligeiramente em janeiro.

"A única exceção notável foi o aumento dos preços nos laticínios, que registaram um crescimento de 1,3% em janeiro, atingindo os 267,7 pontos. Isso foi o resultado de uma forte procura, especialmente por parte da China, do norte da África, do Médio Oriente e da Rússia", afirmou Michael Griffin, especialista da FAO no mercado de lacticínios e pecuária.

A produção de cereais continua a aumentar

A FAO também lançou a mais recente estimativa sobre a produção mundial de cereais em 2013. Esta aponta para um crescimento da produção mundial de cereais acima do previsto, com um recorde de 2.502 milhões de toneladas, 8,5% a mais do que em 2012. Uma boa colheita de cereais em 2013 poderia ajudar a repor as reservas mundiais que, segundo a FAO, chegariam a 573 milhões de toneladas, 13,5% a mais do que na temporada passada.

Com estes dados, a relação entre as reservas e o consumo de cereais em todo o mundo pode atingir os 23,5% em 2013/14, o nível mais alto desde 2002/03 e bem acima do mínimo histórico de 18,4% registado em 2007/08.

Dados positivos das primeiras colheitas de 2014

De acordo com os dados mais recentes, a FAO considera favoráveis as primeiras perspetivas âÂÂ?ÂÂ?âÂÂ?ÂÂ?para a produção agrícola em 2014. Esta opinião é compartilhada por um outro relatório divulgado hoje pelo Sistema de Informação sobre Mercados Agrícolas (AMIS), uma iniciativa do G-20 organizada pela FAO e gerida por dez organizações internacionais.

O relatório de fevereiro do Market Monitor da AMIS atribuiu esta perspetiva positiva para as colheitas em 2014 às condições de crescimento favoráveis âÂÂ?ÂÂ?âÂÂ?ÂÂ?do trigo de inverno no hemisfério norte e a uma situação melhor do que o previsto para o milho e a soja no hemisfério sul.

A produção recorde de cereais e o aumento das reservas já empurraram os preços significativamente para baixo, um fator que, segundo a FAO, também impulsiona o comércio mundial em 2013/14, que vai chegar a 321,4 milhões de toneladas, cerca de 4% acima em relação a temporada passada e um novo recorde.

Os preços mais baixos também estimulam a procura e a FAO espera que o consumo mundial de cereais em 2013/14 aumente 92 milhões de toneladas e chegue às 2.415 milhões de toneladas. A maior parte desta expansão deve-se a uma maior utilização de cereais secundários (de milho, em particular) como alimento para animais.

Fonte: FAO Brasil

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