Crianças do Nordeste: maioria que superou miséria

Espírito Santo - 07/04/2016

Quase metade dos 36 milhões de pessoas que saíram da extrema pobreza desde 2003 são crianças e adolescentes até 17 anos de idade.  Por meio de dados do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, é possível identificar cada uma das pessoas que superaram a miséria porque se beneficiaram do complemento de renda do Bolsa Família.

O levantamento feito pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) mostra a maior parcela está entre crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, que são 5,9 milhões que deixaram a extrema pobreza. Eles representam 16% do total de cerca de 36 milhões que superaram a miséria.

Desde 2012, o Bolsa Família garante complemento de renda para que nenhum beneficiário do programa viva com menos de R$ 70 mensais, valor que correspondia à linha de extrema pobreza na época. Em 2014, esse valor passou a R$ 77 mensais, acompanhando o parâmetro internacional estabelecido pelas Nações Unidas, que considera extremamente pobres as pessoas com renda diária de até US$1,25, pela paridade do poder e compra. 

De acordo com o perfil traçado pelo ministério, 56,8% das pessoas que deixaram a pobreza extrema são nordestinas. Elas somam cerca de 20,8 milhões do universo dos ex-miseráveis. No ranking das regiões, na sequência vem o Sudeste. São Paulo é um dos estados com o maior número de beneficiários do Bolsa Família.

Além disso, a maioria das pessoas que saíram da miséria se declarou parda – 69,2%. O Cadastro Único permite identificar 332,6 mil famílias indígenas que superaram a pobreza extrema por meio do Bolsa Família e outras 184 mil famílias quilombolas.

Os dados administrativos do Cadastro Único são uma das formas de medir a redução da pobreza no país. Por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2014, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística no final do ano passado, sabe-se que o Brasil superou a extrema pobreza. O percentual de extremamente pobres na população caiu de 8,2%, em 2003, ano de lançamento do Bolsa Família, para 2,5% no último ano do primeiro mandato da presidenta Dilma Rousseff.

Consideradas as várias dimensões da pobreza, como privações no acesso à educação, saúde, serviços e bens, a chamada pobreza multidimensional crônica caiu ainda mais no Brasil. Em 2003, havia 8,8% da população vivendo com múltiplas privações. Em 2014, esse percentual caiu para 1% da população, de acordo com metodologia do Banco Mundial.

Fonte: MDS

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