Educação Alimentar e Nutricional

Espírito Santo - 20/03/2014

Educação Alimentar e Nutricional é desafio para políticas públicas

14/03/2014 às 20h02

As famílias brasileiras, sobretudo as mais pobres, tiveram nos últimos anos uma importante melhoria na renda. Entre 2002 e 2012, a pobreza reduziu de 24,2% para 8,5% e a extrema pobreza caiu de 8,8% para 3,5%, diminuindo, com isso, o índice de insegurança alimentar grave, que caracteriza a fome, e melhorando o acesso ao alimento. O próximo desafio tem como foco a qualidade dessa alimentação. Com o objetivo de ampliar a conscientização popular sobre a importância de uma alimentação mais adequada e saudável, o governo brasileiro tem realizado diversas ações no campo da Educação Alimentar e Nutricional.

O consumo de alimentos industrializados e ultraprocessados, ricos em gordura, sódio e açúcar, aliado ao baixo consumo de alimentos da dieta tradicional e natural, como arroz e feijão, frutas e hortaliças, tem demonstrado que a alimentação da população precisa melhorar. O sobrepeso e a obesidade aumentaram em todos os grupos populacionais. No Brasil, metade dos adultos está acima do peso. Estão obesos 12,4% dos homens e 17% das mulheres.

Segundo o Balanço das Ações do Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, as ações de Educação Alimentar e Nutricional estão entre as principais estratégias para a promoção da alimentação adequada e saudável estabelecidas na Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. O documento, lançado este mês pela Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan), enumera uma série de ações educativas em busca da melhoria da alimentação, valorização da cultura alimentar brasileira e regional, redução do desperdício de alimentos, e promoção do consumo sustentável e da alimentação saudável, resultando na prevenção e no controle de doenças crônicas não-transmissíveis e deficiências nutricionais decorrentes da alimentação inadequada.

Lançado em 2012, o Marco de Referência em Educação Alimentar e Nutricional para as Políticas Públicas institucionaliza a orientação, aos diversos setores, ao processo de produção, distribuição, abastecimento e consumo de alimentos adequados e saudáveis. Práticas e conceitos de Educação Alimentar e Nutricional foram construídos de forma intersetorial, envolvendo setores de governo, sociedade civil, universidade e profissionais do segmento.

O tema da alimentação e nutrição tem sido levado às redes de saúde, educação e assistência social, para subsidiar o Sistema Único de Assistência Social (SUAS), por meio dos Cadernos de Educação Alimentar para os Serviços Socioassistenciais.

Com o objetivo de estimular a sociedade civil a atuar com os componentes de alimentação, nutrição e consumo saudável, o governo desenvolveu, em parceria com a Universidade de Brasília, a Rede Virtual Ideias na Mesa. No site, são compartilhadas experiências de Educação Alimentar e Nutricional no país e veiculados conteúdos referenciais técnicos, conceituais e metodológicos.

Outra frente de atuação é a realização de curso à distância para os profissionais de assistência social, saúde e educação para ações estratégicas de Educação Alimentar e Nutricional no âmbito do Programa Bolsa Família. Estão inscritos 3,4 mil pessoas no curso, que começará ainda no primeiro semestre deste ano.

Alimentação saudável nas escolas – Dados do Balanço das Ações do Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional apontam que 35% dos meninos entre 5 e 9 anos estão com excesso de peso e 16% estão obesos; nas meninas com a mesma idade, 32% estão com excesso de peso e 12% estão obesas. Nos adolescentes, 22% dos meninos e 19,4% das meninas estão acima do peso.

Para o enfrentamento desta agenda, em 2013 o governo federal ampliou as ações de Educação Alimentar e Nutricional nas escolas. Aprimorou as restrições quanto à oferta de alimentos que contribuem para evitar o excesso de peso, recomendando maior consumo de frutas e hortaliças e a adequação dos cardápios às necessidades nutricionais dos estudantes.

Além disto, atividades formativas auxiliam em ações de pesquisa e extensão para consolidar a Política de Segurança Alimentar e Nutricional no ambiente escolar. Entre 2012 e 2013, foram formados 9,2 mil agentes e capacitados mais de 15 mil conselheiros da alimentação escolar.

Outro importante instrumento de integração e disseminação das ações de Segurança Alimentar e Nutricional é a Rede Brasileira de Alimentação e Nutrição do Escolar, que facilita o acesso e o intercâmbio de informações sobre o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) junto aos estados, prefeituras, sociedade civil poder judiciário e órgãos fiscalizadores, além de articular-se com outras redes, fóruns, associações nacionais e internacionais da área.

Fonte: Ascom/Caisan

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