Espírito Santo - 14/09/2016
Os princípios da Ciência da Nutrição, Marketing e a expectativa na conduta do nutricionista entre o passado e o presente pautaram as palestras e debates na edição do Ocupa Nutrição no CCBB, em 26 de agosto. A presidente do CRN-4, Virgínia Nascimento, abordou a conduta profissional e as técnicas dietéticas, que, segundo ela, sempre foram utilizadas e devem continuar, porque fazem parte do trabalho do nutricionista e o torna referência na utilização dos alimentos.
Ela recomendou que o nutricionista faça avaliação nutricional geral do paciente, levando em conta as medidas antropométricas e a análise da quantidade do sangue, da massa celular, da proteína, da água e da gordura no organismo. Virgínia Nascimento justificou essa recomendação afirmando que, como a Nutrição previne a doença, não pode se limitar à contagem de calorias e nutrientes.
- As orientações em relação à dieta adequada podem ser as mais variadas possíveis, mas não podem deixar de ser ligadas aos hábitos arraigados que prevalecem e precisam ser ajustados cuidadosamente – acrescentou.
A presidente do CRN-4 afirmou que o nutricionista tem possibilidade de fazer seu próprio marketing, desde que seja com responsabilidade e compromisso. Como orientadora individualizada ou de grupo, ela disse que faz questão de alertar que o nutricionista não vai conseguir destruir todos os hábitos alimentares arraigados, e salientou que o profissional precisa ter habilidade para orientar quanto às mudanças. “Se cortarmos todos os alimentos que a pessoa está acostumada, certamente ela não seguirá o plano alimentar”, destacou.
Virgínia Nascimento advertiu que é preciso esclarecer a população a respeito dos suplementos, que costumam ser caros e nem sempre atingem os efeitos desejados. Por fim, defendeu a comida de verdade com qualidade e quantidade adequadas.
A nutricionista Annie Belllo fez coro às afirmações da presidente do CRN-4, ao destacar a importância da comida de verdade, que, segundo ela, deve ser priorizada em detrimento dos produtos alimentícios industrializados. Annie Bello explicou que, dentro dessa lógica, é mais eficiente consumir uma castanha do Brasil para suprir a ausência de selênio do que fazer uma suplementação deste nutriente, pois “o alimento como matriz é sempre melhor”.
Para ela, é necessário divulgar mais o novo Guia Alimentar e “ampliar o modo de atuação do nutricionista, com mais habilidade de comunicação, a fim de promover a transformação de hábitos”. Annie Bello contextualizou essa abordagem dentro do tema Dietas nas Doenças Cardiovasculares.
A professora e nutricionista da Santa Casa Nelzir Trindade resgatou a história da alimentação do homem e marcos importante da Nutrição, passando por datas relevantes como a criação da Associação Brasileira de Nutrição (ABN/Asbran) e do Sistema CFN/CRN. Também relembrou a fundação dos cursos de Nutrição e o reconhecimento e regulamentação da profissão.
No encerramento, a fiscal do CRN-4 Edna Garambone afirmou que a Nutrição é a ciência dos paradoxos e que tem evoluído com rapidez nos últimos anos. Ela contou sua experiência em consultório, e ressaltou que, lá, constata muitos casos de compulsão alimentar e aumento de casos de doenças não transmissíveis. Por fim lembrou que não existe um protocolo para tratamento, pois cada paciente é um caso a ser estudado.
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