Espírito Santo - 26/04/2012
Parceria revela um conflito de interesse e abala a equidade da ação regulatória estatal
no campo da alimentação e nutrição
A Frente pela Regulação da Publicidade de Alimentos, grupo composto por entidades
ligadas à saúde pública, aos direitos da criança e à defesa do consumidor, da qual o
Idec faz parte, publicou uma nota de repúdio à atitude da Anvisa de dar repercussão a
uma ação patrocinada pela Coca-Cola Brasil. Você pode conferir nota na íntegra no blog
da Frente.
A Anvisa lançou a Exposição “Emagrece, Brasil! A Obesidade pelo Olhar da Infografia”,
evento que faz parte das ações organizadas pelas revistas Saúde e Boa Forma, da Editora
Abril, patrocinado pela Coca-Cola, e integra a programação da I Semana da Vigilância
Sanitária.
Discrepância
Para a Frente, essa parceria revela um conflito de interesses e descaso com os
movimentos da sociedade civi alinhados ao campo da alimentação e nutrição. “A agência
reguladora, enquanto órgão estatal que impõe regras ao mercado tendo em vista assegurar
o intersse público, deve zelar pela manutenção de sua imparcialidade e equidade na ação
regulatória”, afirma a advogada do Idec, Mariana Ferraz.
A advogada destaque que, com a parceria, a Anvisa favorece estratégias de marketing
empresarial, e ao associar seu nome a essa estratégia, acaba validando e incentivando o
consumo de determinados produtos, colocando em risco sua credibilidade na defesa e
proteção da saúde dos brasileiros.
“Essa situação demonstra a urgente necessidade da aprovação de um código de ética que
discipline as incidências das indústrias de alimentos e refrigerantes na atividade
estatal”, defende Mariana.
Emagrece, Brasil!
Desde 2011, o projeto “Emagrece, Brasil” tem como objetivo combater o sedentarismo e a
obesidade. O Idec reconhece a urgência de atuação no controle da obesidade, mas discorda
da proposta da campanha "Emagrece, Brasil!” que, baseada na dieta dos pontos, incentiva
o consumidor a se alimentar tendo em vista unicamente a ingestão calórica. “A qualidade
do produto consumido e as mudanças nos hábitos alimentares para uma dieta realmente
saudável, infelizmente, não são prioridades no projeto”, conclui a advogada.
Fonte: Fbssan
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