Espírito Santo - 12/04/2016
Com o objetivo de apoiar o Brasil no combate ao sobrepeso, à obesidade e aos problemas decorrentes da má alimentação, a Fundação Bloomberg, dos EUA, foi recebida na última sexta-feira (8) no Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). O secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS, Arnoldo de Campos, discutiu estratégias e possibilidades de parcerias, principalmente relacionadas à sociedade civil e às universidades.
Campos apontou que, mesmo com a saída do país do Mapa Mundial da Fome, uma das prioridades do país ainda é focalizar as ações para garantir o aceso à alimentação adequada para famílias em insegurança alimentar. No entanto, o maior desafio é outro. “Hoje, o problema da obesidade é muito mais grave para o nosso país do que a fome.”
Dados do governo federal apontam que, atualmente, 57% da população brasileira adulta estão com excesso de peso e 21,3% dessas pessoas são obesas. Além disso, 72% das mortes no Brasil são ocasionadas por doenças crônicas não transmissíveis, como o câncer, o diabetes, que têm como uma das causas a má alimentação e o consumo de produtos ultraprocessados, ricos em açúcar, sal e gorduras.
Por isso, o secretário do MDS exaltou a importância de parcerias em campanhas e o apoio em iniciativas que regulamentam a publicidade e a oferta deste tipo de alimentos. “Podemos envolver os sistemas de educação, de assistência social e de saúde, que são vetores que o país tem para promover a alimentação saudável.”
“A agenda de segurança alimentar e nutricional não pode ser realizada sem parcerias”, afirmou Campos, ao destacar que o país também tem discutido o assunto com parceiros internacionais, como a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a Comunidade dos Estados Latino Americanos e Caribenhos (Celac).
A diretora de Programas de Saúde Pública da Fundação Bloomberg, Kelly Henning, destacou os motivos pelos quais há interesse em apoiar o Brasil com parcerias técnicas e campanhas informativas. “O Brasil é um país gigantesco, o problema da obesidade está em crescimento, tem organizações muito boas da sociedade civil e o governo está engajado em ações de combate à má alimentação.”
O pesquisador da Universidade de São Paulo, Carlos Monteiro, também participou do encontro e defendeu a regulamentação da publicidade dos alimentos, principalmente aquela dirigida às crianças, além da regulação de preços e taxações dos alimentos não saudáveis. “Essa é uma agenda que irá encontrar muita resistência”, afirmou. “Se não tivéssemos feito a lição de casa, de reduzir a fome, a desnutrição grave, de garantir o acesso da população aos alimentos, não teríamos condições de discutir a regulamentação dos alimentos e da publicidade.”
Fonte: MDS
Para saber mais detalhes sobre a utilização dos cookies clique aqui e acesse a nossa Política de Cookies