Espírito Santo - 15/04/2016
Para marcar o Dia Mundial da Saúde, comemorado em 7 de abril, o Departamento de Atenção Básica/SAS/MS disponibilizou a versão online do Manual do Pé Diabético, elaborada em parceria com a Coordenação-Geral de Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas (CGAPDC/DAET/SAS/MS), dirigido a profissionais de saúde na assistência à pessoa com Diabetes. O lançamento aconteceu em evento na Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), em Brasília, com a presença de autoridades, representantes da Sociedade Civil Organizada e trabalhadores da saúde.
O manual chama atenção para o fato de que cerca de 20% das internações relacionadas ao diabetes se devem a lesões nos membros inferiores e 85% das amputações não traumáticas são precedidas de feridas. Nesse sentido, serão abordados temas como a relevância do cuidado com os pés para a pessoa com diabetes melitus (DM), as ações preventivas e educativas que devem ser associadas ao exame periódico, a rotina recomendada para avaliação dos pés e os tratamentos recomendados para as principais alterações do exame.
O crescente número de pessoas vivendo com diabetes no mundo levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a definir esse como o tema do Dia Mundial da Saúde. O Panorama do Diabetes no Mundo, apresentado pela entidade e ainda disponível em inglês, estima que 422 milhões de adultos no mundo (8,5% da população) viviam com diabetes em 2014; em 1980, havia 108 milhões (4,7%). As principais complicações que podem estar relacionadas à diabetes são cegueira, insuficiência renal, amputação de membros inferiores e outras consequências em longo prazo que impactam significativamente na qualidade de vida.
Para o representante da OPAS/OMS no Brasil, Joaquín Molina, os investimentos na Atenção Primária em Saúde são fundamentais para prevenir mortes e complicações causadas pelo Diabetes, que tornam o acesso ao diagnóstico e monitoramento mais eficazes, além de ações de promoção de alimentação saudável, atividade física e autocuidado, além de acesso aos medicamentos essenciais para o controle da diabetes, como a insulina. “No caso do Brasil, essa garantia de acesso ao atendimento da saúde é explícita através do SUS para todos seus cidadãos, e está funcionando”, ressaltou Molina.
Para a OMS, a melhor forma que as pessoas têm de prevenir o diabetes é seguir uma dieta saudável, evitando alimentos ultraprocessados – ricos em calorias e pobres em nutrientes – e bebidas açucaradas, além de realizar atividades físicas regularmente para manter um peso saudável.
Essa também é a visão do Ministério da Saúde, que investe em políticas de promoção da saúde e redução de agravos por doenças crônicas. As mais de 40 mil equipes de Saúde da Família cobrem atualmente mais de 60% do território brasileiro e contam com o apoio de profissionais, como nutricionistas, fisioterapeutas e de educação física que ficam nos mais de 4 mil Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF). Também são realizadas ações de promoção à saúde com mais de 18 milhões de alunos do ensino fundamental por meio do Programa Saúde na Escola. Além disso, o Programa Academia da Saúde, que já conta com 1.568 polos com equipamentos e profissionais qualificados, incentiva a prática de atividade física em vários municípios brasileiros. Somam-se a estas iniciativas ações de educação permanente do DAB, as publicações do departamento como o Guia Alimentar para a População Brasileira e o livro Alimentos Regionais Brasileiros.
Vigitel 2015 – Ainda durante a atividade do Dia Mundial da Saúde, o Ministério da Saúde apresentou os dados da pesquisa Vigitel 2015. O estudo monitora fatores de risco para doenças crônicas, atualmente responsáveis por 72% dos óbitos no país. Foram entrevistados por telefone 54 mil adultos (18 anos ou mais) que vivem nas capitais brasileiras.
O diabetes é mais frequente nas mulheres (7,8%) que nos homens (6,9%) e se torna mais comum com o avanço da idade. Entre as cidades, o Rio de Janeiro apresentou o maior índice (8,8%), seguido de Porto Alegre (8,7%) e Campo Grande (7,9%). Palmas (3,9%) apresenta o menor percentual de população adulta com diagnóstico de diabetes, junto com São Luís (4,4%), Boa Vista (4,6%) e Macapá (4,6%).
Apesar do avanço do diabetes no país, o número de internações devido a complicações da doença reduziu 11,5% nos últimos cinco anos. Em 2015, foram 67,1 internações por 100 mil habitantes contra 75,9 por 100 habitantes em 2010. Ano passado, foram registradas 137,4 mil internações por agravos da doença no SUS, a um custo de R$ 92 milhões. Esse é o resultado de políticas voltadas à melhoria do atendimento na Atenção Básica e expansão do acesso a medicamentos.
A mortalidade prematura (pessoas com menos de 70 anos) também caiu entre 2000 e 2013, acompanhando a tendência em relação ao óbito por Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) nessa faixa etária, que reduziu 2,5% ao ano no período. Esse índice está acima da meta estipulada pelo Ministério da Saúde, que era de queda de 2% ao ano. Mas ainda é alto o número de pessoas que morrem por causa do diabetes, sendo que no Brasil foram registradas 58.017 óbitos em 2013.
Fonte: RedeNutri
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