Nota Técnica - Nutricionistas que atuam em Núcleos Ampliados de Saúde da Família (NASF) e nos Ambulatórios diante do COVID-19

Os Núcleos Ampliados de Saúde da Família (NASF) foram criados com o objetivo de ampliar a abrangência e o escopo das ações da Atenção Básica em Saúde, bem como sua resolubilidade. São constituídos por profissionais de diferentes áreas de conhecimento, que atuam em parceria com as Equipes de Saúde da Família (ESF), compartilhando as práticas em saúde nos territórios.

A população assistida pelo NASF e nos ambulatórios é mais vulnerável sob o ponto de vista social e econômico. Isso contribui para um estado de saúde e nutrição mais precário. Sendo, portanto, uma população que dependerá do NASF por se encontrar em situação de maior vulnerabilidade à infecção por COVID-19.  Nesse sentido, o nutricionista exercerá um papel importante como um multiplicador das ações das instituições de saúde neste cenário de pandemia, bem como poderá auxiliar a população nos aspectos alimentares e nutricionais.

Desta forma, o CRN-4 sugere:

Para os Nutricionistas que atuam no NASF e nos ambulatórios: 

- Orientar para que a população siga sempre as orientações das autoridades de saúde sobre contenção e prevenção da COVID-19, evitando disseminação de notícias falsas (“Fake News”).

- Orientar para o distanciamento social, de pelo menos 2 metros, entre as pessoas, evitando sempre aglomerações.  

 - Reforçar condutas de higiene nas residências, e nos locais onde são preparadas as refeições da família. Procurar enfatizar as regras de etiqueta respiratória e lavagem de mãos com água e sabão ou higienização com álcool 70% frequentemente quando não for possível a lavagem. 

- Orientar os usuários para manterem a casa arejada por ventilação natural (portas e janelas abertas). Se possível, manter arejados também seus ambientes de trabalho. 

- Orientar que as famílias mantenham uma alimentação adequada e saudável, com alimentos naturais e menos alimentos ultraprocessados. Sugerir que evitem grandes redes de supermercados, realizando as compras em mercados de bairro menores, em feiras livres, ou direto de pequenos produtores, se possível. Sugerir que aproveitem o momento de isolamento social para resgatar a culinária com receitas tradicionais. 

- Orientar que as famílias aumentem o consumo de água e líquidos, evitando a desidratação.

- Orientar que tenham horas de sono suficientes para descanso, pratiquem alguma atividade física, conversem com amigos por meios alternativos de comunicação e mantenham seus hobbies, se possível, para preservar a saúde mental. 

- Buscar maior resolubilidade da Atenção Nutricional na Atenção Básica, atentando a questões de Segurança Alimentar e Nutricional no território, e acesso oportuno aos locais de atenção especializada para aqueles que precisarem.

Para os gestores do setor saúde: 

- Cobrar das autoridades de saúde que garantam EPIs para contenção da epidemia do COVID-19 em conjunto com os demais trabalhadores da saúde (preferencial máscara n95, nas exposições por um tempo mais prolongado e procedimentos que gerem aerolização; eventualmente máscara cirúrgica em exposições eventuais de baixo risco; protetor ocular ou protetor de face; luvas; capote/avental).

- Adotar todos os meios necessários para conscientizar e prevenir os profissionais nutricionistas acerca dos riscos do contágio pelo COVID-19;

- Atentar que, de acordo com a NOTA TÉCNICA CONJUNTA Nº 02/2020 - PGT/CODEMAT/CONAP, são considerados integrantes de grupos populacionais mais vulneráveis os maiores de 60 anos, portadores de doenças crônicas, imunocomprometidos e gestantes.

- Dar prioridade de atendimento na unidade de saúde, conforme o protocolo do Ministério da Saúde, às pessoas com sintomas respiratórios. Devem comunicar a situação assim que chegarem aos postos. Quem estiver nessa condição terá um tratamento específico, com prioridade para idosos acima de 60 anos, pessoas com doenças crônicas, gestante e mulheres dentro do prazo de até 45 dias após o parto.