Espírito Santo - 05/04/2016
Na última sexta-feira (01/04), a representação brasileira levou à 70ª sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, uma proposta para que os próximos dez anos (2016/2025) sejam adotados como a “Década de Ação pela Nutrição”.
De acordo com a ONU, cerca de 800 milhões de pessoas permanecem cronicamente subnutridas e mais de 2 bilhões de pessoas sofrem de deficiências de micronutrientes. Ao mesmo tempo, cerca de 159 milhões de crianças, menores de 5 anos de idade, apresentam elevados graus de subnutrição que impactam no crescimento natural que seria esperado para a sua idade; enquanto 50 milhões de crianças na mesma faixa etária registram baixo peso para a sua altura.
Na margem oposta, 1,9 bilhão de pessoas está acima do peso - 600 milhões são obesas, e a prevalência de pessoas que estão com sobrepeso ou obesidade está aumentando em quase todos os países.
A resolução da última sexta-feira reconhece a necessidade de erradicar a fome e evitar todas as formas de desnutrição, em todo o mundo. A Década de Ação pela Nutrição será uma oportunidade para que diferentes atores possam trabalhar em conjunto para responder a estes e desafios.
A resolução apela à FAO e à Organização Mundial da Saúde (OMS) para que liderem a implementação da Década de Ação pela Nutrição em colaboração com o Programa Mundial de Alimentos (PMA), o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), envolvendo mecanismos de coordenação, como o Comitê Permanente das Nações Unidas para a Nutrição e plataformas que congregam diferentes parceiros, como o Comitê Mundial de Segurança Alimentar (CSA).
O texto faz ainda um convite aos governos nacionais e outras partes interessadas, incluindo as Organizações Internacionais e regionais, sociedade civil, setor privado e academia para participarem ativamente.
De acordo com o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva: "Esta resolução coloca a nutrição no centro do desenvolvimento sustentável e reconhece que a melhoria da segurança alimentar e nutricional é essencial para atingir a Agenda 2030".
Para Milton Rondó Filho, Coordenador-Geral de Cooperação Humanitária e Combate à Fome, "A nutrição representa um grande e novo desafio para a soberania e segurança alimentar das Nações. O direito à nutrição ainda precisa ser positivado nas constituições. A Década em muito pode contribuir para isso".
Apresentando a resolução, que foi co-patrocinada por 30 Estados-Membros, o Embaixador Antonio de Aguiar Patriota, Representante Permanente do Brasil junto às Nações Unidas, disse:"O Brasil considera a Década de Ação pela Nutrição (2016-2025) uma grande oportunidade para reunir iniciativas e esforços na erradicação da fome e na prevenção de todas as formas de desnutrição, em todo o mundo. Este é um elemento crucial para a Agenda 2030, como refletido no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 2, entre outras metas. Esperamos que as agências da ONU, os Estados-Membros, a sociedade civil e o setor privado possam participar deste esforço coletivo. Esperamos também envolvermo-nos ativamente neste processo, compartilhando informações sobre as nossas políticas nacionais e aprendendo com outras experiências".
A resolução também endossa a Declaração de Roma sobre Nutrição e o Quadro de Ação adotado durante a Segunda Conferência Internacional sobre Nutrição (ICN2), co-organizada pela FAO e pela OMS em novembro de 2014.
Fonte: FAO
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