Rio de Janeiro - 06/09/2021
Um documento referencial para a promoção da saúde e da qualidade de vida da população brasileira, utilizado como parâmetro em outros países, que tem como objetivo promover o acesso da população a informações e recomendações sobre alimentação saudável com foco na redução de doenças crônicas e, consequentemente, na melhoria da saúde e qualidade de vida das pessoas.
Assim é considerado mundialmente por nutricionistas e especialistas da área o Guia Alimentar Para a População Brasileira, elaborado em 2014. O material é baseado em pesquisas e evidências científicas e traz um conjunto de recomendações para a promoção da alimentação saudável. É com base no Guia que os nutricionistas das escolas públicas, por exemplo, preparam um cardápio adequado e saudável para as nossas crianças.
Apesar deste reconhecimento, o Guia vem sendo ameaçado recorrentemente, sobretudo por razões, não outras plausíveis, senão mercadológicas e econômicas. Ataques e tentativas de descredibilizá-lo ocorreram desde o Ministério da Agricultura brasileiro, no ano passado, como por algumas indústrias de alimentos. O que vemos é um assalto sistemático em diversas esferas da sociedade e o motivo é simples: ao recomendar a redução do consumo de alimentos processados e ultraprocessados, o documento se opõe aos interesses do agronegócio e indústria de alimentos processados.
Muito além de determinadas empresas — conforme a matéria publicada em 1º de setembro pelo portal The Intercept, com base em relatório elaborado no ano de 2016 — muitas indústrias veem o Guia como um entrave à expansão de seus negócios que envolvam a produção e venda de alimentos ultraprocessados.
Destaca-se que o Guia é um instrumento oficial norteador para ampliar as escolhas de alimentos adequados e saudáveis pela população ao reforçar que uma alimentação adequada e saudável precisa ser balanceada, devendo-se priorizar os alimentos in natura e minimamente processados e evitando-se os alimentos ultraprocessados (aqueles com excesso de sal, gordura e açúcar).
Devemos ressaltar também a importância da defesa do Guia Alimentar para a População Brasileira e do Guia Alimentar para crianças menores de 2 anos, de modo a subsidiar políticas públicas, programas e ações que visem incentivar, apoiar, proteger e promover a saúde e a segurança alimentar e nutricional da população brasileira, assim como a promoção e a proteção do Direito Humano à Alimentação Adequada.
O Guia Alimentar para a População Brasileira incentiva o consumo de preparações que usam ingredientes in natura ou minimamente processados e valoriza o resgate à alimentação tradicional do país, substituída gradativamente por alimentos processados e ultraprocessados. Essa estratégia se justifica pelo aumento da obesidade e das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) no país.
Ao recomendar a restrição ao consumo deste tipo de alimento, o Guia se opõe aos interesses do agronegócio e indústria de alimentos processados. Como estratégia, desqualificam ou tentam alterá-lo, “vendem” ultraprocessados como saudáveis ou solução para a vida moderna.
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